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Mineradora de ouro adota estratégia com Bitcoin na tesouraria

A Hamak Gold, uma empresa que está começando suas atividades de exploração mineral focada em descobrir depósitos de ouro na Libéria, decidiu entrar na onda do Bitcoin. Com a intenção de diversificar seus investimentos, a companhia anunciou que parte de sua tesouraria será destinada a essa criptomoeda.

Desde 2022, a Hamak Gold está listada na Bolsa de Valores de Londres. Recentemente, levantou cerca de £2,47 milhões (cerca de R$ 15,7 milhões) por meio de uma colocação privada de ações. Embora não tenha revelado os detalhes sobre quando exatamente obteve esses fundos, o impacto é significativo: a empresa se vê “bem posicionada para perseguir dois objetivos importantes”, conforme afirmou Nick Thurlow, o novo presidente do conselho.

Esses objetivos incluem maximizar as oportunidades de exploração e desenvolvimento no setor de ouro e aproveitar a chance de liderar a gestão de tesouraria com Bitcoin no Reino Unido.

A Hamak ainda não gera receita e não opera nenhuma mina ativa, mas possui licenças que cobrem mais de 1.700 quilômetros quadrados de área promissora na Libéria.

Novas Jogadas no Mercado

A tendência de integrar o Bitcoin às tesourarias corporativas está se popularizando, especialmente entre empresas que buscam uma reformulação. Um exemplo é a MicroStrategy, de Michael Saylor, que se lançou nessa aventura em 2020 após um período de resultados estagnados. Outras empresas, como a Semler Scientific, também já estão nesse caminho, planejando adquirir 105.000 BTC até 2027, depois de enfrentar desafios financeiros.

A famosa GameStop, conhecida pelo seu público ativo de investidores de varejo, não ficou de fora. Em março deste ano, seu conselho aprovou a compra de Bitcoin e já adquiriu mais de 4.710 BTC, levantando US$ 450 milhões no último mês.

Outras empresas em busca de uma nova visão incluem a australiana Opyl, do setor de biotecnologia, e a espanhola Vanadi Coffee, que focam no mesmo conceito: migrar para o Bitcoin.

Estrutura e Estratégia

Entretanto, nem todas as abordagens em torno do Bitcoin são idênticas. A chave, segundo Saul Rejwan, da Masterkey, está na estrutura e na disciplina que cada empresa tem. Por exemplo, a Metaplanet, do Japão, adotou uma estratégia mais robusta que envolveu o refinanciamento de dívidas antes de adicionar 1.005 bitcoins ao seu balanço.

Rejwan diferencia essa abordagem de empresas como a Twenty One Capital, que revelou a intenção de abrir capital logo de cara com 42.000 BTC em tesouraria. Essa quantidade foi financiada por novas emissões de ações e dívida conversível. Ele alerta que a dependência de emissões contínuas e posições exageradas pode estar alavancando os acionistas em um ciclo de alta e baixa.

A disciplina no gerenciamento de risco é essencial. Embora um cenário de mercado em alta possa ocultar problemas, o histórico tem mostrado que muitas empresas podem enfrentar sérias dificuldades. Rejwan destaca que é preciso estar atento a como as estratégias se desenvolvem a longo prazo e como as empresas se adaptam nesse novo cenário de mineração e criptomoedas.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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